Foi em 1998 que Need for Speed 3: Hot Pursuit se estreou e nos colocava ao volante de carros que apenas sonhávamos conduzir, juntamente com as aliciantes perseguições policiais e toda aquela sensação adrenalina que o jogo proporcionava. Pouco tempo de depois, é lançada uma sequela que vem actualizar o jogo para os tempos "modernos" sem quebrar a corrente do jogo.
Porém, é em pleno ano de 2010 que é lançado um “novo” jogo da série, o Need For Speed: Hot Pursuit, que conta com a Criterion Games, a criadora do Burnout, no seu desenvolvimento e com aveterana DICE a tratar do online daquele que parece ser o novo rumo da série Hot Pursuit.
É de facto fantástico observar o que Need For Speed: Hot Pursuit vem introduzir de novo nos videojogos, a começar pela nova ferramenta online integrada, chamada Autolog, que vem trazer uma nova maneira de interagir e, principalmente, competir com os nossos amigos.
É precisamente a partir do momento que inserimos o Blu-Ray na PS3 que percebemos que o Autologfacebook dos jogos – como eu gosto de chamar - de é o coração, o Need For Speed: Hot Pursuit. É através dele que iremos partilhar fotos, comentá-las, esfregar o nosso sucesso aos demais e, fundamentalmente, aliciar o nosso ego competitivo, algo que explicarei mais à frente.
O modo principal é o “career mode” e é nele que vamos enveredar por dois caminhos opostos mas de igual semelhança no que toca à diversão. Ao contrário do que pensava, Need For Speed: Hot Pursuit não obriga os jogadores a escolher o caminho do corredor ilegal ou o de polícia, ao invés disso, o jogo proporciona as duas vertentes das corridas ao jogador, através de um sistema de níveis que nos irá fazer ganhar novos carros, equipamentos, novos eventos e dificuldade acrescida.
É através de um mapa de Seacrest County que são exibidos todos os eventos disponíveis para participar, sejam eles corridas ilegais ou perseguições. Existe alguma variedade de modos de jogo, sendo alguns específicos para corredores ilegais e polícias, embora existam alguns que são iguais nos dois mudando apenas o lado em que o jogador se encontra.
Foram várias as horas que perdi a jogar Need For Speed: Hot Pursuit e o curioso é que, apesar de algumas vezes me ter feito chegar atrasado ao emprego, não me consigo cansar do jogo nem dos modos Hot Pursuit e Interceptor. O primeiro consiste em corridas ilegais ou perseguições alucinantes capazes de elevar os nossos níveis de adrenalina. Já o Interceptor apenas existe no lado da polícia e consiste em abalroar um carro bastante veloz, o mais depressa possível.
Em termos de competição, o Autolog vem revolucionar a maneira como jogamos Need For Speed: Hot Pursuit. Esta ferramenta social está em constante comunicação com o mundo e, principalmente, com os nosso amigos, e sempre que um amigo nosso tiver uma melhor prestação num determinado evento, o Autolog avisa-nos em tempo real dessa situação, bastando-nos apenas pressionar “R2” para ir para o evento e tentar bater o nosso amigo. É algo bastante divertido e se pensarmos que podemos deixar mensagens do género “Come o meu pó, n00b” sempre que alcançamos um melhor resultado, é algo que irá prolongar a experiência de jogo.
Ao todo existem 20 níveis e à medida que os vamos escalando, iremos receber novos veículos assim como novos equipamentos para combater o crime ou para nos ajudar a esquivar das investidas vindas da parte da lei.
Como acontece com alguns modos de jogo, alguns equipamentos são partilhados e outros são distintos para cada um dos lados. Enquanto os policias têm EMP, corrente de espigões, road block e helicóptero, os corredores ilegais têm EMP, corrente de espigões, turbo e o jammer. Estes equipamentos também vão evoluindo, aumentando drasticamente a sua eficácia.
Need For Speed: Hot Pursuit é também ele um jogo que salta à vista quando comparado com a sua concorrência, principalmente, pela sua jogabilidade simples e intuitiva. É através dela que é possível sentir os pais do Burnout a correrem-lhe nas veias, isto porque quem jogou qualquer Burnout, vê que é bastante semelhante. Utilizando uma jogabilidade arcade, apenas precisarão de três botões, sendo um para acelerar, travar e nitro e de um analógico para conduzir, enquanto os equipamentos são usads através do d-pad do dualshock 3. Contudo, e apesar de Need For Speed: Hot Pursuit ser um jogo arcade assumido, podemos encontrar vários aspectos de simulação presentes, como o famoso “cone de ar” ou o facto dos carros mais velozes se tornarem mais lentos em atalhos de terra batida por serem mais baixos.
Quando tudo isto é assimilado vocês irão aperceber-se que Need For Speed: Hot Pursuit tem elementos estratégicos, “obrigando-vos” a fazer escolhas que determinarão a vossa prestação, embora possam fazer como eu e escolher o carro que mais gostam e “é sempre a partir tijolo”.
É sabido que, inicialmente, a franchise Need for Speed sempre contou com todo um role de carros exóticos, sendo eles considerados altos “maquinões”, que muitos de nós apenas os poderão conduzir em videojogos. Need For Speed: Hot Pursuit traz um pouco dessas origens e nele temos acesso a bombas como o Ford Shelby GT500, BMW M3 E92, Audi TT RS, Aston Martin V12 Vintage, Chevrolet Camaro SS, Lamborghini Gallardo LP 570-4 Superleggera, Porsche 911 GT3 RS entre outros que perfazem um total superior a 100 carros e todos com a habilidade de se destruírem, embora de forma limitada.
O que nos leva à questão da apresentação de Need For Speed: Hot Pursuit. Apesar de não estarem tão detalhados como os “premium cars” de Gran Turismo 5, as “bombas” de Need For Speed: Hot Pursuit estão muito bem detalhadas e todos eles apresentam jogabilidades assim como os ronronares dos motores distintos. Porém, é nas corridas propriamente ditas que a apresentação de Need For Speed: Hot Pursuit nos consegue surpreender.
Os efeitos de chuva estão divinais, é possível observar o chuveiro que os carros a alta velocidade fazem e ver todos os reflexos da água que se encontra na estrada e até no próprio carro. Mas se o cenário for nocturno, terão o prazer de ver as luzes do carro a reflectirem os traços contínuos, enquanto fazemos drifts de encher o olho, ao vermos a borracha do pneu a queimar.
Outra face do espectáculo visual proporcionado por Need For Speed: Hot Pursuit, é mesmo os despistes e as colisões. O contacto com outros veículos faz com que estes percam a tinta, por exemplo, e as colisões mostram-nos físicas bastante realistas quando ocorrem capotanços, onde é possível ver estilhaços e o nosso carro a partir-se, embora, como já tinha dito, a destruição dos carros é limitada mas suficiente para ser convincente.
Mas Need For Speed: Hot Pursuit não prima só pelo espectáculo visual e arrisco-me a dizer que possui uma das melhores bandas sonoras dos jogos do género. Podem contar com os mais váriados artistas de renome internacional como: Bad Religion, Benny Benassi, DeadMau5, M.I.A, Travie McCoy, White Lies, entre outros. No entanto, espero que fique claro que não estou a dizer que são as melhores músicas do mundo, apenas digo isto porque são músicas escolhidas a dedo que nos metem no espírito de Need For Speed: Hot Pursuit.
Para finalizar esta análise, resta-me dizer que Need For Speed: Hot Pursuit não é um jogo muito bom numa coisa e mau noutra, pelo contrário, Need For Speed: Hot Pursuit é muito bom no seu todo e isso, será certamente comprovado por todos aqueles que já tiveram a oportunidade de o experimentar.
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