![]() |
God of War agradou-me pela sua história, uma tragédia clássica em que o herói procura livrar-se das suas tormentas sem sucesso. Já God of War 2 me pareceu uma repetição do primeiro, tirando o facto de que enredo se ligava ao primeiro de uma forma meramente cronológica sem quaisquer laços que justificassem este segundo título em termos de história. God of War 3 corrige-me a opinião atando todos os eventos de uma forma coerente com um final digno de um filme de renome e fá-lo com os melhores gráficos que esta geração de consolas viu até ao momento.
Pessoalmente acho que God of War 3 tem, entre o seu conjunto coeso, dois elementos que o tornam soberbo. Estes são os gráficos e a história. Como não pretendo estragar a história a quem ler esta análise, arrumo desde já este assunto. Na base de toda a violência e de toda a destruição provocada por Kratos está uma narrativa sólida sem qualquer falha ou fraqueza e acima de tudo um protagonista com propósito que não se limita a ser um bárbaro dedicado ao caos aleatório. Os deuses do Olimpo, os Titãs e todos quanto aparecem em God of War 3 têm personalidades próprias e genuínas dando vida ao mais pequeno participante desta história.
![]() |
![]() |
Os movimentos das personagens quando falam e se exprimem são o toque final de excelência nesta obra magnífica. Contudo, não há bela sem senão e, enquanto não estão mal, há três ou quatro personagens secundárias que destoam por não estarem tão pormenorizadas. Não posso deixar de referir que todas as cut-scenes utilizam o sistema de gráficos in-game.
A sonoplastia em God of War 3 também corre sem erros. Os passos de Kratos, os cascos dos minotauros e centauros, o metal das armas, a colisão dos corpos e, em especial, as correntes das lâminas, tudo tem o seu som e a sua representação está espectacular. A banda sonora é, como era nos títulos anteriores, épica e belissimamente encaixada, tanto no tema como na acção.
![]() |
Com apresentação feita, grafismo e componente sonora endereçados, é a vez de esmiuçarmos a jogabilidade de God of War 3. Por muitos pormenores visuais e detalhes sonantes que tenha, um jogo é tão bom quanto a sua jogabilidade e o maior erro que God of War 3 podia correr era ser igual às suas duas iterações anteriores.
Não o é. God of War 3 mantém os elementos de acção e aventura que marcaram presença nos anteriores e constrói sobre os mesmos, especialmente sobre o sistema de combate, algo de essencial num título do género. Esta evolução vem com algumas modificações, primariamente ao mapeamento dos controlos e depois ao nível da própria jogabilidade.
![]() |
O que God of War 3 faz de diferente dos anteriores é tornar cada arma relevante. Em God of War e God of War 2 eu limitava-me a evoluir as Lâminas e uma ou duas magias que valessem a pena e chegava-me. Para além de cada arma ter uma magia e combos distintos, em God of War 3 diferentes tipos de inimigos reagirão de diferentes formas a cada arma. Os próprios movimentos de Kratos diferem consoante as lâminas que o espartano empunhar. A Lâmina do Olimpo desta vez corresponde à lenda e é verdadeiramente poderosa. A contrapartida é que só a podemos usar quando o medidor, anteriormente preenchido pela raiva dos titãs, estiver cheio.
![]() |
Novos movimentos tornam o portfolio de Kratos mais robusto com especial atenção para a combinação L1+O em que o Fantasma de Esparta atira uma das armas que se prende a um inimigo e se atira contra o mesmo ou, no caso das Manoplas do Leão, puxa o inimigo contra si e o projecta pelo ar com um murro directo. Este movimento com as Lâminas do Exílio serve também para atravessar precipícios agarrado às pernas de harpias ou regressar rapidamente ao combate quando somos atirados para o ar pela investida de um minotauro.
![]() |
Muitas foram as vezes que utilizei um inimigo mais fraco para causar dano a ciclopes ou outros de grande porte, atirando-o pelo ar contra um dos mais perigosos. Houve também vezes em que me agarrei a um destes guerreiros mais frágeis e me lancei pelo meio da multidão abrindo caminho com o corpo do meu inimigo para acabar por atirá-lo ao chão ou esmagar a sua cabeça contra uma parede.
![]() |
![]() |
![]() |
Confesso que encontrei algumas falhas, por exemplo o jogo tentar carregar uma área nova mas ficar preso num ciclo interminável ou a dada altura um boss ficar caído e não aparecer a ordem de comando para iniciar os quick time events. A área carregar foi uma indicação de que havia algo de errado uma vez que nunca mais encontrei uma situação em que o mesmo acontecia.
![]() |
Não tenho a certeza se estes tropeções têm origem na versão a que tivemos acesso para a análise ou se também estarão nas cópias Tudo se solucionou com o sair do jogo e voltar a entrar algo que não me causou transtorno algum tal é o prazer de jogar God of War 3.
![]() |
God of War 3 é simplesmente genial como jogo isolado e especialmente, como foi concebido, como sequela e capítulo final da aventura de Kratos que se revela por inteiro nesta última batalha contra o Monte Olimpo e os seus habitantes. Quem não jogou os dois primeiros não conseguirá atingir a plenitude deste título mas não deixará de se maravilhar com o fruto do trabalho e criatividade dos rapazes dos estúdios de Santa Monica.
Este é, talvez mais que Uncharted 2 ou Heavy Rain, um título imperativo para quem tem uma PS3 e uma razão para quem não tem, arranjar uma consola da Sony. Isto porque numa palavra, como El_Grande_Pato pôs na última Mesa Redonda, God of War 3 é simplesmente Épico!
Nenhum comentário:
Postar um comentário